Decidi trazer a tona um conto de minha autoria, vale apena relembrar. ↓
Como um sonho ou pesadelo, não sei definir ainda. O fato é que aconteceu, em dose dupla, realizado em um ato de necessidade… ”não minha”!
Era final de uma linda tarde de verão, tinha terminado meus afazeres domésticos e fui apreciar o por – do- sol nos fundo da minha casa, esta ficava num elevado onde ao longe se via montanhas e um pequeno riacho. Uma linda paisagem, eu ficava sentada embaixo de um antigo carvalho, fazendo de banco suas raízes admirando tudo isso, renovando energias, pensando nas minhas vontades. Ficava ali, por horas, antes da chegada do papai para o jantar, neste dia, ali adormeci.
Acordei de súbito, desorientada, sentindo um forte arrepio em todo meu corpo, medo, perigo, ansiedade, não sabia descrever, mas estava em alerta, o perigo pairava e eu não sabia o quê estava acontecendo. Em um salto me pus de pé. A noite já havia se fechado, a lua estava alta, alguns raios davam um ar de encantamento e mistério. Foi aí que avistei um par de olhos que brilhavam na escuridão. Na verdade eram dois pares.
Quando constatei o fato, virei-me a correr para dentro da casa, onde estaria mais segura, mas não tive forças, uma força maior que a minha segurou-me no lugar, fiquei paralisada, não tive voz para gritar, parecia que mãos me seguravam, tapavam minha boca, lutei com todas as forças contra aquela força, mas em vão… Fui vencida.
Aterrorizada, em pânico, dominada por um sentimento estranho, coração descompassado, respiração ofegante, imensa vontade de correr e fugir.
Notei os dois seres próximos a mim, fechando passagem, vestidos de preto, com capas negras, pálidos, olhos avermelhados e misteriosos. Descreveria eles apenas dizendo que eram, um de cabelos longos que esvoaçava ao vento e o outro de cabelos mais curto aparentando ser mais jovem porem extremamente belos eram homens grandes e eu inocente ainda.
Aproximaram-se de mim. O ser de cabelos longos sorriu, sadicamente, revelando dentes brancos perfeitos e dois caninos protuberantes, constatei, eram vampiros. Há minha hora havia chegada e minha morte seria certa, meus olhos deixaram cair lagrimas acho que eram de medo, pois lutar de nada valeria, estava completamente paralisada a mercê de seus poderes psíquicos e canibais.
. O mais jovem ajoelhou-se frente a mim e tomou minha mão, em sincronia fui atacada, no pescoço pelo de cabelos longos e no pulso pelo jovem vampiro, ambos com extrema sede de sangue, senti cravarem suas presas e sugarem com muita força o liquido vermelho que de meu corpo saia, fui invadida por sensações conflitantes, medo e certeza da morte, dor aguda e profunda da mordida, queimação angustiante do veneno daquela saliva ácida. Um imenso êxtase me tomou, senti uma leveza na alma e uma incrível excitação, desejei aquele momento por toda minha vida (sabia que a estava perdendo).
Eles leram meus pensamentos e desejaram também meus desejos, me tocaram, aquelas mãos geladas, percorreram meu corpo, unhas afiadas riscavam e faziam sangrar minha pele, meu sangue escorria brilhando na luz do luar, aquelas garras cravaram em meus seios e em toda minha carne, porem, queria mais que perfurassem até minha alma, eu sentia dor e desejo, queria gritar, gemer expressar um prazer indescritível que sentia e não conseguia, aquelas mãos invadiam meu corpo e eu me entregava aos delírios fatais, enlouquecida de vontades até em tão desconhecidas por mim.
Em um momento penetraram-me ambos os lados preenchendo minhas entranhas totalmente, mexiam quase arrancando minhas vísceras para fora forçando todo meu ser, dilaceraram meu corpo com uma sutil cadencia proporcionando muita dor e ao mesmo tempo um prazer jamais sentido por mim, aqueles corpos frios reviraram-me enlouquecidos, eu estremeci, meu sangue já vertia no chão, minhas veias estavam liberadas daquelas bocas que agora mordiam minha carne, e eu no prazer do momento morria verdadeiramente de tesão e de vida.
Somente a luz do luar testemunhou aquele ato de entrega mortal, tomaram meu corpo e alma (sem chance de escolha) a dois seres extremamente belos e misteriosos.
Cada movimento, cada toque senti, o desejo ardia como chamas, minha pele era um braseiro ardente, fui possuída por ambos, penetrada e dominada.
Naqueles olhares eu via todo o prazer sádico que sentiam em ver meu corpo sangrar machucado e ferido por eles, suas bocas desciam e subiam lambendo o sangue que de mim escorria. De repente senti meu corpo flutuar, não sei se fui suspendida por eles ou se voei literalmente, minhas entranhas arderam queimando como se água fervente fosse derramada dentro de mim, foi o momento derradeiro… Minha alma abandonou meu corpo e eu caí, desfalecida para a morte, neste momento senti algo ser derramado em minha boca… Sangue amargo, um gosto estranho, então não vi mais nada… Levaram minha alma… Arrebentaram meu corpo, beberam meu sangue, mataram minha vida inocente e deram-me o licor da vida eterna para perambular como eles, entre os vales do inferno.
Hoje sou como eles, uma assassina implacável e vampira, busco sangue, vidas e almas à entrarem em meu reino de almas perdidas!
Você quer ter o prazer de me conhecer?
Pois o prazer será todo meu, me chamo!
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Ao meu mundo!!!
Edição: Antonella Barcelos
Equipe Black Angel